13/08/2012

Há borboletas dentro de nós



Crisálida

algumas vezes gostaria de voar
abrir asas e partir para longe
para o infinito desconhecido
mas há correntes que prendem meus pés à Terra
à minha realidade, à minha rotina

existe um lado em mim bolha
fechado em si mesmo
que guarda desejos que só eu conheço
que anseia por uma outra existência
e a esta despreza

mas no meu casulo levo o meu passado
minhas lembranças, família, herança
que não posso abandonar
talvez covarde

às vezes algo na minha cabeça diz que mereço mais
mas meu coração se aquieta e se conforma
outras vezes (lua que sou) minha alma grita que precisa de mais
mas minha razão sussurra que eu já tenho muito

quantas existências precisarei enfrentar
pra que esse mar cheio de ondas
deixe de morar em mim?

onde estará a chave necessária
para abrir este cadeado
que eu mesma tranquei?

quando irá a bolha estourar
ou o casulo se romper
para eu sair
borboleta?

ou estarei condenada a viver sempre assim:
uma estranha lagarta que teme a sua própria metamorfose?

2 comentários:

Daniel Barthes disse...

As mudanças,por vezes,obedecendo à uma gradualidade universal,no ritmo do universo,acontecem,sem que delas nos damos conta...
Pode também muito bem ser que,as mudanças em você,borboleta que se julga ainda lagarta já ocorreram,contudo,resta agora esperar para que você disso se dê conta.
Prosa poética deliciosa a sua.
Estou seguindo-a.
Bjosss...

Daniel Barthes disse...

As mudanças,por vezes,obedecendo à uma gradualidade universal,no ritmo do universo,acontecem,sem que delas nos damos conta...
Pode também muito bem ser que,as mudanças em você,borboleta que se julga ainda lagarta já ocorreram,contudo,resta agora esperar para que você disso se dê conta.
Prosa poética deliciosa a sua.
Estou seguindo-a.
Bjosss...

http://barthes-fragmentos.blogspot.com